21 em 21: Textos de Quinta

Oi Inescritos. Tudo bem? Hoje é quinta-feira e no ano passado eu comecei o #VersosDeQuinta: toda quinta um verso novo. Por causa da correria da vida, acabei não conseguindo levar essa ideia pra frente (nunca é tarde pra voltar ne?). Pensando nos Versos de Quinta, resolvi compartilhar com vocês alguns textos que nunca foram lidos por alguém que não fosse eu (e umas 3 pessoas próximas.) Eu gosto muito desses textos e espero que vocês também gostem.

Esses textos (ou Textos de Quinta, como resolvi chamar esse post) provavelmente estão incompletos. Nem sei se são textos mesmo ou trechos de futuros textos. Eu só queria compartilhá-los com você.



Papel vazio de Linhas azuis

Abro meu caderno em uma página qualquer. Apenas páginas vazias, esperando minha letra garranchosa rabiscá-la. Uma música toca, convidando minha caneta a dançar sobre a página e então minha mão passa de um lado a outro em seu ritmo. Palavras sem sentido preenchem cada linha azul, até tornar-se uma confusão desconexa. Uma mistura de sentimentos. Ou talvez sentimento nenhum e apenas o tédio de uma segunda feira à noite. Escrevo, então, uma carta para ninguém e percebo que sou um leitor de tudo e um escritor de nada. Minhas palavras são repetidas e bagunçadas. Desarrumadas como minha cama de manhã cedo e minhas ideias durante o dia. Simples como a Lua de ontem; aquela que eu admirei por alguns segundos antes de soltar-me dela e cair na realidade. Saí do mundo da Lua em direção ao das letras, pousando neste papel vazio de linhas azuis.


Textos alheios e lágrimas de menino
Leio textos escritos por pessoas desconhecidas que me descrevem, me traduzem e refletem uma parte de mim. Enquanto as minhas palavras estão soterradas na minha bagunça. Essa desordem que é minha estante. Essa desordem que são meus sentimentos. "Ei! Levanta a cabeça. Não chore. Um homem não chora e nem escreve textos sobre o amor." Ergo, então, minha cabeça. Forço um sorriso e escondo todas as páginas escritas. Todas as páginas cheias de mim. E um pouco dela. Afogo-me, portanto, nos textos alheios. Afogar-me não é suficiente. Roubo-os para mim. Devoro-os secretamente enquanto, entre o primeiro e segundo parágrafo, seco minhas lágrimas de menino. Essas palavras que são tão minhas e tão dos outros, tão cheias de liberdade.  
Pseudônimo
(Talvez esse ganhe uma continuação um dia...)
Quem é você que poetiza minhas manhãs de segunda-feira? Que oferece uma fuga da minha confusão diária? Moça, eu me apaixonei por alguém que se esconde atrás de um nome. Por alguém que me dá a mão e me puxa para dançar mesmo quando eu luto contra os impulsos de batucar o ritmo da música com os dedos e cantarolar discretamente a melodia, no meu tom desafinado. Quem é você que faz o Sol aparecer aqui dentro num dia de chuva? Até que eu descubra quem é, você terá feito de mim versos.



Obrigado por ancorar por aqui!

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